Arquivo | setembro, 2009

Meu olho bichou

16 set
De novo. Faz umas 3 semanas eu fui ao oftalmo porque deu aquela irritação de novo. Na sexta, não vim trabalhar porque meu olho esquerdo chorava sozinho (rerrê), queimava e, gente, luz era o horror. Não dava pra ver tevê, não dava pra olhar pra tela de computador, nem pra ler ou, né?, viver. Essa sexta volto de novo pra ver como está depois de trocar de colírio e de uma semana acordando às 3 e meia pra pingar remédio.
No feriado do 7 de setembro (aqui também foi, Labor Day), fomos ao apartamento pra medir tudo e ver que móveis a gente precisa comprar. Fiz um desenhinho do apartamento com as medidas e recortei os móveis, num papel de outra cor, mais ou menos em escala e fiquei brincando de casinha. Deu pra ter uma idéia de como vai ficar. O apartamento estava um horror. Fora o chão (de taco), que tinha sido lixado e já estava com sinteco novo, tinha roupa do sujeito que morava lá antes, comida nos armários da cozinha e no freezer,  paredes bem estragadas por algum vazamento. Algumas janelas não fecham direito e as portas dos armários estão fora do trilho e não dá pra abrir nem fechar. Não sei por que cargas a gente não viu isso quando gostamos tanto do apartamento. Parecia tão-tão lindo. O truque da administradora é fazer a gente assinar o aluguel dizendo que a gente fez inspeção e que está tudo ouquei e pagar um mês de aluguel quando assina.  Como a gente resolveu esperar até limparem, consertarem e pintarem tudo, o pessoal ficou de mal com a gente. Fazem bico por e-mail quando a gente diz que quer ir lá dar uma olhada depois de tudo ter sido feito pra poder assinar o contrato.
Já encaixotei todos os livros. Deu umas 8 caixas, nem é tanto. Tem umas 4 sacolas cheias de livros que a gente quer dar/vender pra um sebo, mas chegamos lá no sábado à tarde e voltamos pra trás: tem que marcar hora pra eles poderem olhar o que a gente trouxe e ver se estão mesmo interessados. Pratos, coisaradinha de cozinha, copos, talheres, torradeiras (repare no plural, como se precisássemos de mais de uma), a gente comprou duma brasileira que estava se mudando pra Nova Iorque e de lá pra Coréia, com o marido. Ainda não compramos os móveis, nem televisão. Nem liquidificador. Mas a gente tem uma máquina de fazer suco. Pra fazer uma garrafa de suco de cenoura, por exemplo, em que usar um saco inteiro de cenoura. E a fibra que sobra vai pro lixo. Tenho dó. Muito disperdício. Aí a gente parou de usar. Foi um amor que durou pouco.
Hoje tem espanhol. Tenho que escrever 10 frases com subjuntivo imperfeito. Vou fazer 15, porque a outra parte da lição era escrever o que o personagem que eu inventei, Confessor Perez, um detetive peruano, fez ontem. Só tinha começado a história. Ele estava quase indo pra casa, mas tem que ir com a parceira, Jimenez, investigar um assassinato. Ele não gosta de dirigir. Ele estuda criminalística e vai à academia. Ainda não decidi se ele é/era casado ou comprometido. Pra você ver como eu sou bobinha, assisto programa de reality show e leio livrinhos e começo a escrever bobaginha pra aula de espanhol. Usei até o nome de um detetive da tevê.
Acabou a novelinha do titumiá (né?, da abertura — todo mundo em casa canta essa parte). Ficou tudo jogado e mal explicado no final. Claaaaaro, o Zeca é boa gente, só precisava aprender uma lição. E o filho da diretora da escola? E o guru se dando bem? Por quê, alguém me explique, foi necessário ressuscitar Chico Anysio pra fazer parzinho com o Doutor Abobrinha do Castelo Ratimbum? E a Maya:  me incomodou tanto passar a novela inteira meio que torcendo pra mentirosa que sai enganando todo mundo.  Opash passando por cima de preconceitos enraizados em nome do amor, de uma hora pra outra.  E a história do filho do Raj com a rena do nariz vermelho? Mas JC é grande e a novela acabou e agora começou um novo mundo de riqueza, luxo e bossa nova se descortina para nós.

P.S. Caramba, minha ortografia tá uma vergonha.

Livros que amei (ou não): aranhas e peixes nas florestas da Irlanda

14 set
Hoje seria o quê, o dia 24 do pacto que nunca foi, só que 3 meses depois. Pra você ver.
Nunca tinha lido nada do Neil Gaiman. Comecei com Good Omens – The Nice and Accurate Prophecies of Agnes Nutter, Witch (escrito com Terry Pratchett) que foi legal, tanto que me fez querer mais do autor, mas que ao mesmo tempo foi muito pra mim. Muita piada. De tão engraçado eu cansei um pouco. Este outro também é engraçado. No sentido britânico da palavra. É a história de dois mocinhos que são filhos de um deus que morreu. Esses dois mocinhos não cresceram juntos. Um é cheio de poderes, que ele usa pra ajudar o irmão na vidinha que considera chatinha. Aí, né?, problemas.  Esse rapazito sobrenatural não consegue compreender a vida tal como ela é, mas acaba querendo aprender.  Apega-se, etc., problemas. Assim resumidinho e sem sal parece que não tem graça nenhuma, mas é tão bonitinha a história, lembrei de Peixe Grande. Você pode ler o primeiro capítulo aqui.
Niqui estou cansando um pouco da minha fase de fantasia e comecei a ler uns livros de detetive. Em casa, a gente assiste a um programa que chama The First 48, um reality show em que se acompanha a investigação de um homicídio nos primeiros 2 dias, quando parece que há mais chance de se solucionar o caso. A gente adora. Descobri que aqui, como aí, não tem toda aquela coisa igual minissérie de CSI. A coisa é bem mais simples. Enfim, resolvi ler livrinho de detetive também e esses que eu escolhi pra começar eram mais sobre personagens do que a investigação do crime mesmo. Ãmei. No primeiro, um detetive tem que investigar a morte de uma menininha no bosque em que ele mesmo tinha sido vítima de um crime quando ele era criança. Ele não se lembra de nada do que aconteceu com ele e com os amigos, que desapareceram.  O novo caso remexe nessas não-lembranças. No seguinte, uma detetive investiga a morte de uma sósia e passa a viver a vida da vítima como se fosse ela, infiltrada. Nem um nem outro é livro de whodunit. Quer dizer, o que menos importa (ao menos pra mim) é descobrir quem é o culpado. Mais me importou ver o desenrolar das histórias pessoais dos detetives, personagens com histórias de vida interessantes. Numa escola escala de 1 a 5 estrelinhas, dou 4.

Dia 23 – Arram!

1 set
Descobri que querer transformar escrever aqui em hábito é um pé. Não deve ser hábito, deve ser prazer. E é. Só a preguiça é que é monstra e me impede. Tenho lido tantos livros sobre os quais quero comentar. 20 anos depois, assisti à primeira temporada de LOST. E gostei. Fiz várias receitinhas novas dos meus irmãos, o MMLM manda e-mail pra eles agradecendo a variação no cardápio. Nesse meio tempo, meu tchefe foi e voltou e voltou azedo e jilozento, coisa que quase nunca ele é. Ele é sempre bonzinho e ameno. Descobri que eu tinha deixado um monte de coisa por fazer e fui fazendo mil coisas de meses e meses atrás, me sentindo a última das seresumanas porque eu deixei o desânimo que ele tem com tudo me infectar e eu fiquei pensando que também, pra quer ficar querendo criar desculpinha pra mim mesma? Não fiz, pronto. Agora vou fazer. Aí eu começo a fazer demais, parece, porque, né?, eu tenho que usar meu bom senso e fazer, sem perguntar. Mas se não pergunto, ele fica de bico porque pra eu fazer certas coisas precisa gastar dinheiro e fazer dinheiro é difícil. Porque exige, né?, dedicação, meio que bater ponto e talecoisa. Mas não reclamo, gente, deixa pra lá. Esquece, já foi. Vou fazer mais 5 semanas de espanhol. Uma professoa acha que eu sou fluente, a outra acha que eu sou dã porque eu não dou continuidade às conversas. Tipo. O que eu fiz no finde. Nada, não fiz nada. Fui no restaurante brasileiro, li muito, assisti tevê, limpei banheiro, lavei roupa. Ela não acredita que possa haver alguém com uma vida tão chata. Acha que eu estou enrolando pra não ter que falar ou que eu não entendo as perguntas que ela faz. As manhãs já estão ficando friinhas e já estou tendo que vestir pulovi pra esperar o trem. Daqui a nem um mês a gente se muda e pergunta se a gente assinou o contrato e está arrumando as coisas. O contrato diz que a gente fez inspeção e que está tudo certo. Mas a gente não fez e eu, com a formação legalista que eu tive, quero fazer. Pra ninguém dizer depois que a gente é que, sei lá, deixou a janela despencar ou quebrou a máquina de lavar louça. Meu Gmail não está funcionando e eu estou me sentindo incompleta. Não deveria, né?, me sentir menos eu mesma sem poder checar minha caixa sempre.