Arquivo | julho, 2013

Microcosmos?

30 jul
Pergunto-me: quem vai ser a tampa de tanta panela furada? O sapato de tanto pé calejado? Seria o sítio de relacionamento uma amostra confiável do mundo real? Porque se for, caramba, meu terapeuta mentiu pra mim a respeito de eu encontrar alguém. Voltarei a ficar pra titia. 

Muito fulano sem camisa, de óculos escuros, ao lado do carro supostamente massa, declarando renda de mais de 10 mil reais, e cujo gênero musical preferido é o sertanejo ou funk. Fora que de todos os cadastrados residentes em São Paulo há, tipo, uns 5 que são ateus *e* tenham curso superior ao menos. Vejo-me ampliando os parâmetros da busca e incluindo agnósticos. Seria eu por demais exigente? (Queue for laugh track)

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To wit:

Uma nerd só pode procurar um nerd. Um de bom coração, que saiba o que é gentileza e que seja descolado (ao menos um pouco). *E que tenha lido o perfil! Nada de mensagem em massa e tiro pra todo lado.* Que me dê borboletas na barriga. Que goste de um bom papo, de um cineminha, um choppinho.  Coisinhas da vida. Precisa – must – gostar de animais, especialmente dos meus cachorrinhos (embora não seja uma crazy dog lady!). Que não doa nos olhos – não vou mentir. 

Que tenha uns amigos ótimos de outros carnavais, que abrace muito e apertado, porque abraçar é bom demais. Que dê beijo nos amigos e não só nas amigas.

Um nerdinho que entenda, pelamor, que, né?, apaixonar-se é ótimo, é lindo, mas que não é pra sempre. Que tem outra coisa lá na frente que é linda também. Que saiba por for favor falar sobre sentimentos (não se preocupe- não é exigência adiantada de DR).  

Que não use reticências como única forma de pontuação, nem ria “rs” ou  “kkkk”.  Que tenha mais de um livro preferido que tenha lido de cabo a rabo, que tenha chorado vendo um filme e ficado tristíssimo ao fazer as malas pra ir pra casa em algum ponto da vida. Seria bom que gostasse de dicionários e/ou de cheiro de livros. E apreciasse escrever/ler dedicatórias e achar fotos antigas e bilhetes no meio dos livros do sebo.

Que não tenha apego a bens e coisas (mas sabendo que tudo bem ter coisas bacanas que a gente quer ter pra sempre), e que cuja medida de sucesso de alguém seja a bondade, a gentileza e a felicidade, nunca status, grana ou poder. Que aja como gostaria que agissem com ele. Que tenha respeito pelas pessoas, sejam quem forem (todos temos algo a oferecer).
Que talvez não preencha todos os quesitos.

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Cabou. 

Aí a pessoa:
1.  Não leu nada disso porque cansou na primeira frase. 
2. Tem 60 anos e, nada contra, mas agora não, obrigada. 
3. Manda mensagem padrão spam sem nunca ter lido meu perfil. 

Exclamações! Muitas! De novo!

A conclusão é que, na vida real, eu sou cansativa. Que sou verborrágica e exaustiva. Chata, feia e boba ou saco de areia. Em conjunção com a quase total falta de noção da população masculina. 

Mas – onde se escondem, então, as pessoas estilo aquelas com quem namorei/juntei-me/casei-me? Estariam eles vivendo vidas offline somente? Seriam esses moços seus amigos, leitor(a)? Se sim, quando do meu retorno à pátria amada, você poderia me apresentar, sendo eles de estado civil compatível?

Pela atenção agradeço.

P.S. Outro dia mostro o texto sobre mim mesma, se houver pedidos.

Eu queria dizer

3 jul
Ao Benedict Cumberbatch, que ao contrário das Cumberbitches, eu não pego avião nem ônibus pra ir vê-lo no Graham Norton Show. De modo que aí se estabelece uma grande diferença que eu acho merecedora de atenção e que ele deveria guglar o próprio nome e cair aqui e gugol traduzir tudo e me ligar. Talvez.